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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Qual o projeto?

Qual o projeto?

por Ariovaldo Ramos

O versículo 1 de Marcos diz assim: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” Esse texto parece ser absolutamente simples e dizer tudo em si mesmo, mas eu gostaria de compartilhar um pouquinho a partir dessa frase. Há uma tese, que parece ser cada vez mais sustentável — pelos analistas do Novo Testamento, os eruditos do Novo Testamento — que o Evangelho de Marcos é uma transcrição de uma palestra sobre a vida de Jesus que o apóstolo Pedro fez em Roma, e através da qual acabou por sancionar também os escritos de Lucas. A influência de Pedro no Evangelho de Marcos é um fato, é algo que os eruditos do Novo Testamento já sabem há muito tempo, porque há evidências internas no texto de Marcos, de que o Evangelho segundo Marcos foi basicamente ditado ou preenchido com um conteúdo petrino, ou seja, Pedro é que deu a Marcos todas as informações, e por isso há algumas citações acerca de Pedro no Evangelho de Marcos que não se encontram em nenhum dos outros três Evangelhos. Portanto, Marcos teria sido o escriba, o amanuense do apóstolo Pedro.
Uma vez que isso tenha realmente sustentação, essa frase do começo do Evangelho de Marcos ganha um significado ainda mais profundo. O Evangelho segundo Marcos tem uma genealogia simples: “Jesus Cristo, Filho de Deus”. Não pode ter uma genealogia mais simples do que esta.
Então, Jesus é um ser humano singular, ele vem diretamente de Deus. Nenhum outro ser humano é, foi, ou será como ele. Ele tem a sua origem diretamente em Deus, ele é Jesus, o Cristo, o Filho de Deus. Essa é uma informação revolucionária, porque quebra todos os paradigmas da época em que Marcos está escrevendo. Naquela época, para o povo a quem ele está escrevendo, essa informação era uma impossibilidade. A cultura judaica não conseguia assimilar uma informação como essa e a língua hebraica não conseguia dizer isso: não havia forma de dizer isso em hebraico, porque o que o hebraico usava para significar que alguém era filho de alguém, era “filho natural” e se usasse alguma coisa como “filho de Deus”, seria “criatura de Deus”. Não havia a construção semântica o “Filho de Deus” na língua hebraica, para que alguém pudesse ser chamado diretamente de Filho de Deus.
Então, o que Pedro estava dizendo era uma verdadeira revolução para a época: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” — é filho de Deus, veio de Deus, foi gerado por Deus.
Mas ele usa a palavra “Princípio do evangelho”. O termo evangelho não era um termo desconhecido dos romanos, pelo contrário, só que era termo ligado ao império romano. O evangelho significava o que significa hoje (boas notícias, alvíssaras), só que vinham sempre do arauto do império romano. Eram notícias sobre o império romano. Ou que o César havia se tornado pai, ou o império avançou as suas fronteiras, derrotou os bárbaros, assumiu o controle de mais um pedaço de terra, expandiu seu domínio, ou as legiões romanas sufocaram alguma rebelião. E aí, o apóstolo Pedro, na capital do império romano, fala sobre o princípio do evangelho, mas o evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele disse isso no lugar onde o único Filho de Deus era César. E ele diz: “Não! César não é o Filho de Deus! Jesus Cristo é o Filho de Deus! E as notícias que importam ser ouvidas não são as notícias do império, são as notícias provindas de Jesus Cristo, o único Filho de Deus”. Então Pedro está partindo para um enfrentamento no coração no império romano, na cidade de Roma.
Todo mundo sabia quem era o filho de Deus. Filho de Deus é César. Mas o apóstolo Pedro, um homem, um bárbaro na linguagem romana, do meio do mundo, de um “paísinho” perdido na história, um amontoado de pedras, um pescador, se levanta no coração do império romano, se levanta e diz: “Eu vim trazer as boas notícias, mas as boas notícias de Jesus Cristo, o único Filho de Deus”.
Então, ao dizer isso, ele faz um enfrentamento objetivo. Primeiro um enfrentamento à estrutura de poder, à forma como o poder se sustentava. Por que César tinha direito a sustentar um império que nasceu como um a república? Estamos falando de Roma, uma Cidade-Estado, nos moldes gregos, governado por tribunos que eram eleitos por senadores, que eram eleitos pelos cidadãos livres — uma república, que se tornou um império. E se tornou um império porque alguém se achou com autoridade suficiente pra invocar sobre si o direito de governar a despeito da democracia. Para ele invocar a si esse direito, ele usou uma base é: ele é o Filho de Deus, ele é o eleito dos deuses, ele é deus, ele não pode ser um simples tribuno, ele não pode ser um mero senador, ele tem de ser um imperador, ele é um César. E um pescador, inculto, provavelmente falando um grego horrível, usou as palavras que o império utilizava para dar as notícias acerca de seus ganhos e dos seus avanços, para dizer: “Eu trago as boas notícias, mas as boas notícias têm a ver com o Filho de Deus, só que o Filho de Deus não é César, o Filho de Deus é Jesus Cristo”.
Isso era um enfrentamento ao poder vigente, do projeto de Roma. O projeto de Roma era estabelecer a chamada Pax romana através da hegemonia do seu César, a quem todos deveriam cultuar, através da força das suas legiões que ninguém poderia deter e através do seu conceito de direito que nós conhecemos até hoje, que é o direito romano, as suas leis, e toda a sua estrutura de justiça que, diga-se de passagem, era bastante avançada para aquela época, tanto que resiste até hoje como um texto e um princípio a ser estudado.
O evangelho então eram as notícias de como o império romano tinha estabelecido a fé no seu deus, César, a sua paz, por meio da sua força e a sua estrutura de justiça por meio do seu código. De como o império avançava e subjugava as outras nações e as aculturava, as civilizava. Porque eles entendiam que todas as nações que não estavam debaixo da cultura helênica e do princípio romano da paz, do direito, e do culto ao imperador, eram bárbaros. Então cada vez que eles avançavam, eles impunham o seu deus, o seu código, a sua paz, civilizando mais um povo, mais uma nação. Portanto, a palavra evangelho, nos tempos dos apóstolos, tinha um significado eminentemente político-institucional. Nós transformamos a palavra evangelho em um discurso de significado eminentemente espiritual, mas no tempo em que a palavra, o conceito, o termo “evangelho” era pronunciado, ele tinha outra conotação. Ele tinha uma conotação eminentemente política e eminentemente institucional. Estamos falando de Roma, estamos falando do César, que deve ser cultuado; do império, que tem de expandir; do código legal de Roma, o direito romano, que tem de nortear todas as relações humanas.
Roma tinha um projeto. O que nós cristãos nem sempre nos damos conta é que Jesus de Nazaré também tinha um projeto. E por isso as falas de Jesus de Nazaré eram de enfrentamento ao império romano. Quando ele diz: “Este evangelho, do reino, será pregado a todas as nações e então virá o fim”, isso é um enfrentamento. Ele está num país subjugado pelo império romano, a palavra evangelho tem a ver com o projeto romano, e aí Jesus Cristo diz que ao império se contrapõe o reino, e que as verdadeiras boas notícias, não são as notícias do império, são as notícias do reino e que ele faria com que estas notícias do reino fossem pregadas em todas as nações. O mesmo projeto romano, a mesma versão universal. “Em todas as nações”, como os romanos queriam: César sendo adorado em todas as nações, o código romano norteando as relações humanas em todas as nações, a força romana impondo a paz romana à todas as nações. E aí Jesus de Nazaré disse: “Este evangelho do reino será pregado a todas as nações”. E ao projeto romano, da paz romana, Jesus de Nazaré disse: “A minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá.” E o mundo era o império romano. Nós hoje lemos o mundo, como um sistema meio amorfo, que a gente não sabe detectar o que é. Mas naquela frase de Jesus Cristo, o mundo que fala de paz é o império romano. Porque o que o império romano justifica o avanço das suas legiões com o estabelecimento da paz romana, que se sustenta no tripé: César, o código e a força. E aí Jesus Cristo diz: A minha paz vos dou, não a dou como o império a dá. A minha paz não se sustenta na força das armas, se sustenta em outra força, porque também é força. “Recebereis a força, o poder, ao vir sobre vós o Espírito Santo.” Ele está usando a mesma palavra dos romanos, o dínamos, a força. A força de César estava no tamanho, no treinamento e na capacidade das suas legiões, a força de Jesus de Nazaré estava no seu espírito. “Recebereis a força, ao vir sobre vocês o Espírito de Deus e vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, como em Samaria, como em toda Judéia e Samaria, e até os confins da Terra. E este evangelho do reino, será pregado a todas as nações e então, virá o fim.” O que Jesus está dizendo? “Nós vamos pro enfrentamento.” Os cristãos não entenderam direito, mas os adversários dos cristãos entenderam, porque quando os “caras” prenderam Jason, eles disseram: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram até nós. Eles anunciam que há um novo rei, e que o nome dele é Jesus.” Eles entenderam. “Esse povo está enfrentando César, está enfrentando o império romano, está questionando o direito de César, está questionando a divindade de César, está questionando o Estado, está questionando as nossas leis.”
“Porque o fruto do Espírito é amor, paz, alegria, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, domínio próprio e contra estas coisas não há lei.” E não é apenas a lei de Moisés. É a lei, o código romano, o código mosaico. Nossa lei é superior, nosso padrão é superior, nossa proposta é superior. O cristianismo cresceu em um clima de enfrentamento. E a melhor descrição que eu ouvi sobre isso foi a de Will Duran, historiador da filosofia, que resumiu a história da seguinte maneira: “Jesus de Nazaré e Júlio César se enfrentaram nas arenas do Coliseu e Jesus de Nazaré venceu.” É um enfrentamento político, é um enfrentamento estrutural, é um enfrentamento em relação às lógicas do poder. É um enfrentamento em relação à economia.
Jesus de Nazaré também tem um projeto. E nós estamos aqui em nome de Jesus de Nazaré, o Cristo, o único Filho de Deus. Quais são as boas notícias que nós temos? O que nós estamos enfrentando? O que nós estamos questionando?
Os apóstolos questionaram César. Eles usaram três palavras que eram caríssimas a um império e as reconstruíram. As palavras “evangelho”, paz” e “senhor”. A palavra “evangelho” antes dos apóstolos significava as notícias do império de Roma. Depois dos apóstolos passou a significar as notícias acerca de Jesus Cristo e do reino de Deus.
A palavra “paz” significava a imposição da força romana, subjugando todas as nações, escravizando todos os homens, forçando-os a adorarem César, submetendo todos ao código romano, de modo que todas as relações humanas só pudessem ser legisladas a partir do código de Roma. Isso era extremamente inteligente, porque quem diz como você deve viver, quem diz o que você pode ou não fazer, é quem realmente tem poder. Quem escreve os códigos é quem realmente tem poder. Mas depois do evangelho a palavra “paz romana” significava o que só pode acontecer quando os seres humanos se encontram com Deus e se encontram uns com os outros, e passam a se relacionar, não mais na base do código, mas na base do amor e do serviço. Foi um enfrentamento.
E a palavra “senhor”, que antes era atribuída apenas a César. César era o Kyrios, o senhor, até que os apóstolos começaram a dizer: “Jesus de Nazaré, o Cristo, é o Senhor.” E se o princípio de César é a força, o princípio de Cristo é o amor.
Era um enfrentamento. Qual é o enfrentamento que nós estamos oferecendo hoje? Quantos de nós estão fazendo tudo para ter as benesses do Estado, mesmo sabendo de todas as injustiças desse nesse Estado? Quantos de nós não têm tido a coragem de questionar o Estado, de modo legítimo: “Como vocês podem? Como vocês fazem? Quem vocês pensam que são? Como vocês entregam as crianças para um sistema de matadouro e depois querem assumir, galgar novos postos em cima, a partir do quê? Quem vocês pensam que são? Quem César pensa que é? Quem os legisladores pensam que são? Quem os juízes pensam que são? Qual é o código que deve nortear os relacionamentos humanos?” Qual é o princípio de ética? Qual é o princípio da justiça? Quais são as boas novas? São as notícias de que as CPI’s não dão em nada, de que os juízes são corruptos e ninguém faz nada. De que o governo é “um conluio só” e ninguém faz nada. De que os governadores matam as crianças e querem ser presidentes da república. Quais são as boas notícias? Quais são as notícias do reino de Deus? Quais são as novidades que Jesus de Nazaré trouxe? O que há de novo debaixo do sol? Continuam todas as coisas sendo canseiras tais que não se pode exprimir, que os olhos não se cansam de ver, que os ouvidos não se cansam de ouvir? Que boas novas há para as crianças? Que boas novas há para os pobres? Que boas novas há para os que estão em situação de rua? Que boas novas há para os que são portadores de necessidades especiais? Que boas novas há para as mulheres que estão sendo estupradas no mundo a cada cinco minutos, aviltadas dentro da sua própria casa, espancadas dentro do seu lar, aviltadas no trabalho, tratadas como objetos por todo mundo? Quais são as boas novas diante de um Congresso corrompido, de um Senado que não se pode levar a sério? Quais são as boas novas diante de governadores enfatuados, que não valem o que comem? Quais são as boas novas diante de juízes e desembargadores que podem ser comprados? Vocês são os agentes de Jesus de Nazaré, do reino que ele falou. O que o reino dele tem pra dizer? Qual é o princípio do evangelho de Jesus Cristo? Quem Jesus Cristo está enfrentando hoje? Quem Jesus Cristo está denunciando hoje? Quem Jesus Cristo está desautorizando hoje? Qual é o projeto de Jesus Cristo?
Se você olha para muitos dos representantes de Jesus Cristo, você pensa que o projeto de Jesus Cristo são eles mesmos, porque eles também estão enfatuados, achando os ministérios deles maravilhosos, achando que tudo vai começar a partir deles. Parece que hoje Jesus Cristo vai ter de procurar de novo os publicanos e os pescadores, porque a sua casa foi tomada pelos fariseus. Qual é o projeto de Jesus Cristo? Quem Jesus Cristo está enfrentando? O que significa hoje a palavra “evangelho”? Qual é o evangelho? Quais são as boas notícias? Essa é a pergunta. Nós estamos construindo uma rede. Pra quê? Apenas pra saber como obter os proventos governamentais mais fácil? Apenas pra saber quais são as fundações que estão distribuindo dinheiro? Nós estamos criando uma rede. A rede daqueles que viram que tinham de fazer alguma coisa, que viram que não podiam deixar as crianças pedindo esmola no meio da rua, que viram que não podiam deixar as crianças brincando com dejetos humanos nas favelas, nas comunidades carentes, enquanto a lei brasileira diz que se o gestor público não usar as verbas direito do saneamento básico, simplesmente a verba lhe é quitada e pronto! Então, ele não recebe mais o dinheiro, só que ele não mora na favela e o filho dele não brinca com dejeto humano! Mas é a lei dos nossos senadores, é a lei dos nossos deputados federais, é a lei! Porque não são os filhos deles que comem com coliformes fecais. É a lei, que não pune gestor público! Pune o povo, pune o pobre, pune o desgraçado! Quais são as boas notícias do reino?
Alguém diz: “Não, mas Jesus Cristo disse: ‘Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus’”. É verdade. Só que César queria ser Deus. E só há um Deus. César queria ser o senhor do planeta, mas está escrito: “Ao Senhor pertence a Terra e todos os que nela habitam”. A Terra é de Deus. César queria ser o padrão de justiça, mas está escrito que “Deus é o justo juiz de toda a terra”. César queria ser adorado, e está escrito: “Somente ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto”. César quer legislar ao seu bel prazer e para o seu próprio ganho, mas está escrito: “Estes são os mandamentos do Senhor teu Deus”. Se você fizer essa contabilidade direitinho, você vai descobrir que César vai desaparecer, porque César não tem nada. Quem tem é Deus, que distribuiu a todos os homens e mandou que essa distribuição fosse respeitada, porque ele disse: “Ai dos que ajuntam casa sobre casa, e terra sobre terra, até serem os únicos moradores do lugar”. “Dai a César o que é de César” e o que vai sobrar pra César é submeter-se ao padrão de Deus.
Nós estamos criando uma rede porque nós temos qual projeto? Qual é o projeto de Jesus Cristo? O que é o evangelho do reino? O que é a justiça do reino? Porque Jesus Cristo disse: “Buscai o reino de Deus em primeiro lugar e a sua justiça”. Quem Jesus Cristo estava enfrentando? O código romano. “Busque em primeiro lugar o reino de Deus e o código de justiça deste reino, e as demais coisas vos serão acrescentadas”. Se você buscar o reino de Deus em primeiro lugar, e a justiça do reino, então você não precisa mais se preocupar com o que comer nem com o que vestir porque Deus mesmo vai cuidar de você. E isso também significa que se você buscar o reino de Deus e o código de justiça do reino de Deus, já não haverá gente nadando na riqueza enquanto o outro está chafurdando na miséria. Então você não vai precisar se preocupar realmente com o que comer, porque será pra todos, porque o pão será nosso. Se você buscar mesmo o reino de Deus e o código de justiça do reino de Deus em primeiro lugar, você não vai ter mais que se preocupar com o que vestir, porque haverá dignidade pra todos e todos vão se vestir. Não vai se preocupar com ninguém tendo que passar fome porque vai haver distribuição legítima da renda, da riqueza que Deus colocou no planeta pro bem de todos e todo mundo vai comer. Os pardais comem, não é porque Deus cuida de pardal por pardal, é porque os pardais não competem, cooperam. Esse é o código que Deus passou pra eles. Os lírios do campo se vestem como nem Salomão se vestiu na sua glória, não é porque os lírios do campo competem, mas justamente porque eles não querem ter glória que seja maior que a glória do vizinho. E quando eu não quero ter glória maior do que seja a glória do vizinho, todos nos vestimos da mesma glória. Mas nós pegamos o evangelho e individualizamos tudo. E o projeto de Jesus Cristo se perdeu, porque ele é um reino, uma comunidade, um povo.
Por que nós estamos criando uma rede? Qual é o nosso projeto? Nós queremos tirar as crianças das ruas, as pessoas das sarjetas, os seres humanos dos esgotos abertos, o homem da indignidade. Nós queremos. Mas quem nós vamos ter de enfrentar pra isso acontecer? O que nós vamos ter de questionar para isso acontecer? Porque as nossas casas não vão dar conta. Os nossos orfanatos não vão dar conta. Os nossos asilos não vão dar conta. Os nossos programas de geração de renda não vão dar conta.
O que nós queremos? O que Jesus de Nazaré queria? O que significa orar: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade na terra como é feita nos céus”? Que mundo nós estamos querendo construir? E quem são os adversários que Satanás tem usado pra não permitir que esse mundo seja construído? Nós não vamos enfrentá-los como inimigos, nós vamos enfrentá-los como profetas. Nós não vamos atacá-los como soldados, nós vamos convertê-los como evangelistas. Nós não vamos achincalhá-los, nós vamos orar por eles e conduzi-los por um novo caminho. Mas nós vamos dizer “não” todas as vezes que houver necessidade de dizer “não”. Nós vamos mostrar a verdade todas as vezes que a verdade for escamoteada e nós vamos exigir arrependimento todas as vezes que houver pecado. Pecado contra o reino, pecado contra as crianças, pecado contra os pobres, pecado contra os miseráveis. Nós vamos exigir: “Arrependam-se!” E nós vamos comparar todos os códigos com o Código Maior: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todo o teu entendimento e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Nós vamos comparar todos os códigos com esse e todos os códigos que não estiverem à altura disso, nós vamos denunciar, e vamos nos levantar contra, e vamos dizer: “Há um projeto maior, e esse projeto maior é um projeto que salva a humanidade: ‘Princípio do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus’.”

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