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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Discipulado, Uma Questão de Relacionamento!

Por Levi Gabriel

Texto: 2 Timóteo 1:1-14

Introdução: 

 Paulo escreve sua última carta direcionada a Timóteo seu filho na fé. A carta é carregada de emoção. Ele já sentia que sua morte estava prestes a acontecer, portanto conhecendo bem Timóteo trata de situações que julgava essenciais na vida de seu filho. Conselhos relevantes para nós até hoje. No entanto mesmo rica em conselhos gostaria de chamar sua atenção para os primeiros versículos desta carta. Vamos ver algo que vai além de palavras, além de conceitos e que se tornaram determinantes na vida de Timóteo. Ali vemos intimidade, relacionamento, caminhada. Muitos pais aconselham seus filhos, ensinando-os sobre a vida. Também não são poucos os livros e artigos que abordam a educação, o discipulado, a pedagogia, etc. Todavia mesmo possuindo tanta informação são muitos os que têm perdido seus filhos na adolescência para o mundo, são muitos os que se decepcionam no discipulado após terem transmitido tantos conceitos bíblicos, a educação por sua vez tem sido semelhantemente outro problema em nosso país. Os criadores do filme “Corajosos” citaram as estatísticas do governo federal americano e revelaram que 63% dos suicídios são realizados por jovens, 90% de todas as crianças de rua são fugitivas e 85% de todos os jovens nas prisões vêm de lares sem pai. Mais do que conselhos esta geração necessita de relacionamento, de referência. Ela está cansada de informação.

Elucidação:

 A geração passada viveu sob a concepção da modernidade. (método cartesiano). Interpretando a realidade a partir a Física concebeu uma leitura mecânica do homem e do mundo. Não levou em conta que um ser vivo não é previsível. A Igreja caiu nesta onda, daí o discipulado por apostila substituir muitas vezes a caminhada. (o ensino com toda a longanimidade e doutrina. 2 Timóteo 4:2) Com todas as dificuldades da geração pós-moderna podemos afirmar que ela é mais aberta para a proposta cristã: o relacionamento com Cristo Jesus e com os irmãos. Ela é mais tolerante com o diferente do que era a geração moderna. Naquele contexto falava-se muito de apologética, dogma, verdade, mas hoje dificilmente iremos tocar o coração desta geração sustentando tal paradigma. Quem sabe não precisamos mudar de uma proposta apologética para a diaconal, de dogmática para relacional sem é claro perder nossos valores. Comunicar-se com esta geração não mais nas categorias do pensamento moderno. Assim penso que estaremos muito mais próximos da singeleza do Evangelho de Jesus.

 Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê. (João 1:46)

 Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo. (João 7:17)

É o que nos mostra o inicio deste texto de Paulo a Timóteo. Ele revela muito mais que meras palavras e alguns conselhos. O apóstolo transmitiu vida a Timóteo, caminhou com este de perto, desenvolveu um relacionamento estreito com seu filho na fé. Algo que devemos aprender se de fato queremos cumprir o imperativo de Jesus: “Indo por todo o mundo, fazei discípulos”.

 Tema: Discipulado, Uma Questão de Relacionamento! 

 A primeira lição que aprendemos com Paulo neste processo de discipulado é:

 1. Seja um discípulo de Jesus antes de discipular; 

Comissionado por Cristo; Debaixo da vontade de Deus; Servia a Deus com a consciência limpa;

o Nós só podemos compartilhar algo que temos. (Atos 3) o
O exemplo de vida proporciona autoridade no ensino. (MT 7:28-29)
 O inverso gera rejeição ao Evangelho. o Discípulo de Jesus vive o mesmo projeto de espiritualidade.
 Hoje existe uma mentalidade equivocada devido à falta de compreensão da proposta de Jesus.
 Visão de filho do Dono, de dominação, etc.
 O discípulo não está acima do Mestre.

 2. Desenvolva Intimidade na Relação com Seu Discípulo;

 a. Amado filho (agapeto)
 i. Amor que se doa, é amor em movimento, que cuida e zela.
 b. Este amor é demonstrado nas outras afirmações de Paulo:
 i. Intercessão; (Dia e Noite)  Requer empatia; (Ezequiel 22:30)
 Denota conhecimento das dificuldades de Timóteo:
 a. Lembro-me das tuas lágrimas.
i. Só chora quem está aflito ou quem encontrou confiança no outro.
 Envolvimento testificado ainda mais no verso cinco:
 i. Conhece a história de Timóteo.
  Baseado nesta intimidade que ele pode encorajar no que diz respeito a sua vocação.
 i. Imposição de mãos como testificação dos dons existentes em Timóteo.
 ii. Imposição de mãos no sentido de ministrar na vida do discípulo pedindo ao Espirito Santo em favor deste.
iii. Encorajá-lo a fim de que este rompa com as barreiras.

3. Prepare os Seus Para o Sofrimento; 

 Paulo convida Timóteo a tomar sua parte no sofrimento. É algo que faz parte da realidade do cristão. o Em Colossenses Paulo afirma que seu sofrimento completava o que restava das aflições de Cristo. (Colossenses 1:24)
o Pedro nos convida a nos alegramos quando sofremos por Cristo Jesus. (1 Pedro 4:13)
o É condição para participar a Glória. (Rm 8:17)
  Os que se engajam na causa do bem vão enfrentar perseguições.
  A existência humana é marcada pelo sofrimento. Você tem preparado seus filhos para as dificuldades?

 o No mês de Julho a Revista Época publicou um artigo referente geração que foi criada, afirmando que esta é extremamente mimada não sabendo lidar com a realidade deste mundo marcado por frustrações.

 “Esses jovens cresceram ouvindo de seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma autoestima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo real. “Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se eles fossem da realeza”, afirma Keith Campbell, psicólogo da Universidade da Geórgia. Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende). Eles se acham os mais competentes no trabalho (se recebem críticas, é porque o chefe tem inveja do frescor de seu talento). Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento (se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer seu valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos. 

 Preparar para o sofrimento é gerar gente madura, forte, persistente. o É gente provada pelo fogo que guarda o tesouro recebido, pois o faz por meio do Espirito Santo que habita em suas vidas.
o É gente como José que embora sofra o mal não permite ser contaminada.
 o É como Jesus que estende a taça de vinho até mesmo para aquele que o trai.

 De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. (2 Coríntios 4:8-11) 

Conclusão:

 Fomos comissionados por Jesus a gerarmos discípulos semelhantes a Ele. Mas só faz isto quem antes se parece com Jesus, quem assume seu projeto de espiritualidade. Só faz quem desenvolve um relacionamento de intimidade com os seus filhos. Só faz quem os prepara para passar pelo fogo sem esmorecer. Que no nome de Jesus venhamos a assumir nossa responsabilidade não apenas para com nossos filhos biológicos, mas para com aqueles que Deus tem colocado em nosso caminho. Para com os órfãos, para aqueles que estão sem referência, carentes de cuidado, de ensino. Carentes de vida de Deus.

Que Deus nos abençoe!

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