Texto: Lucas 7:11-17
Introdução:
Jesus foi um promotor de vida onde passou. Ele mesmo disse em João 10:10 “Eu vim para que tenham vida em abundância”. Neste texto vemos exatamente esta promoção de vida. Logo no inicio vemos um cruzamento de duas caravanas: de um lado a caravana da vida e do outro a caravana da morte. Em todo o tempo estas duas se cruzam. Pessoas dentro de um processo de morte seja na vida espiritual, emocional, familiar ou conjugal que passam em nosso caminho.
A pergunta que devemos fazer é se de fato estamos sendo canais de vida e cura? Pois se estamos na caravana de Jesus precisamos transmitir esta vida de Deus. E aqui neste texto vamos perceber alguns fatores essenciais para que esta vida seja transmitida. Fatores que a igreja não pode negligenciar de maneira alguma na sua caminhada.
1. A Capacidade de Ver o Outro;
Não apenas olhou o cenário de forma desatenciosa. Ele viu a situação daquela mulher com discernimento espiritual. A mesma palavra no grego usada em Mateus 9 quando descreve que Jesus “viu” a fé dos amigos do paralitico. Ele fez uma leitura de sua história.
• Estamos vivendo um tempo de frieza. As pessoas estão acostumadas a ver a injustiça, a ver crianças na rua, a ver casais se separando e isto tem feito parte do nosso cenário.
• A igreja de Jesus não pode incorrer nesta desatenção para com os que sofrem.
• O que nos leva a perder este olhar atencioso de Cristo ou até mesmo a perda da visão?
o Conformismo com os males;
Algumas situações de cegueira advêm da falta de cuidados e tratamento: a diabete é um exemplo disto.
Às vezes nos habituamos com os males ao redor, nos acomodamos com a mazela. (injustiças, corrupção, pecado).
Eli juiz de Israel e seus filhos;
o Religiosidade;
Falta de vida com Deus;
• Denotada pela incredulidade;
• Pela falta de amor;
o Os fariseus preocupados com os rituais e a forma se tornaram cegos diante dos doentes.
o Esqueceram-se da advertência que Deus fez através do profeta Isaias no capítulo 58:
"O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? (Isaías 58:6-7)
2. Ser Movido Pela Compaixão;
Esta expressão aparece por diversas vezes nos Evangelhos. “movido de compaixão” quando:
• O povo não tinha quem desse alimento e cuidado; (Mateus 9)
• Quando curou a multidão; (Mateus 14)
• Diante da fome da multidão; (Marcos 8)
• Dos cegos a beira do caminho; (Mateus 20)
• Diante do leproso; (Marcos 1)
A compaixão era o combustível de Jesus. Esta capacidade de “sofrer com” o outro, de identificar-se com a dor deste e buscar ajudá-lo.
• Brota de um movimento interno, vindo das entranhas e que nos remete a ação. • Nossa sociedade necessita disto. Quanta gente doente, enferma, aprisionada pelo pecado, pela culpa e que precisa da igreja. • Se a igreja perde isto ela perde sua funcionalidade. (Laodicéia)
• A igreja de Atos moveu-se nisto e proporcionou um lugar de comunhão genuína onde tudo era em comum. • Até que ponto estamos dispostos a se envolver?
o Bonhoeffer deu sua vida no auxilio aos judeus do Holocausto.
o Luther King deu a vida pela causa da justiça.
o Óscar Romero passou a denunciar, em suas homilias dominicais, as numerosas violações de direitos humanos em El Salvador e manifestou publicamente sua solidariedade com as vítimas da violência política, no contexto da Guerra Civil de El Salvador Óscar Romero foi assassinado quando celebrava a missa, em 24 de março1980, por um atirador de elite do exército salvadorenho, treinado nas Escola das Américas.
• Ações de transformação evidentemente começam em nossas próprias vidas. Quando fazemos a nossa parte. (Rosa Parks)
Ver o outro, ter compaixão que nos move e torna-nos próximo.
3. Ser Próximo;
o Precisamos considerar a diferença de estar perto e ser próximo.
o Jesus nos mostra o que é ser próximo quando conta a parábola do Bom Samaritano.
o Próximo é quem se envolve com o outro. Próximo é quem se coloca como agente de cura.
o Sabemos se estamos envolvidos de acordo com o investimento que fazemos de tempo e dinheiro.
o Precisamos ser canais de Deus para barrar o processo de morte na vida dos outros.
o Barrar tudo aquilo que intenta contra a vida sejam doenças físicas ou emocionais, sejam leis injustas que rebaixam a dignidade humana, seja a corrupção que gera desigualdade na nação, etc.
Tudo isto está dentro deste processo de cura, de transmissão de vida.
Agora existe um perigo de cairmos no humanismo, no
antropocentrismo e na vaidade que muitos incorrem. Igrejas que fazem as coisas
bem feitas, mas que, todavia acabam perdendo o objetivo principal. São
engolidas pela presunção e autossuficiência.
O
texto nos mostra ainda princípios para que não incorramos neste erro:
1. Ser Uma Igreja Que Depende de Deus;
Neste
processo não podemos negligenciar o sobrenatural, o agir de Deus.
·
Milagres eram uma realidade na vida de
Jesus e da Igreja Primitiva.
·
Era uma Igreja que dependia de Deus.
·
Laodicéia é uma alerta quanto ao perigo
de cair na presunção e autossuficiência.
·
Ariovaldo Ramos comenta que o N.T inicia
com Deus expulso do templo e termina com Jesus do lado de fora da igreja.
·
Não apenas no que diz respeito ao poder,
mas sermos uma Igreja que transmite que ouve a voz de Deus, que tem comunhão
com o Pai.
·
Nossa atitude deve ser a mesma de Moisés
que desejou a presença de Deus.
- Ser Uma Igreja
Onde as Ações e o Ensino Geram Temor de Deus;
A palavra no grego fala
de medo, reverência.
·
Muita gente procurando milagre
descomprometido de andar nos princípios da Palavra.
·
É o reconhecimento da santidade de Deus,
da sua majestade. O constrangimento diante do seu amor e graça que nos leva a
viver para Ele.
·
É respeito que nos leva a tratá-lo com
seriedade e a repudiar o pecado em nossas vidas.
·
É condição para se aproximar de Deus: o
Pai Nosso que está nos céus.
3. Onde Tudo Que Faz Resulta em Louvor
e Glória o Nome de Deus;
- Honrar a
Deus. Reconhecendo o seu valor.
- Não é elevar
o nome da instituição, nem de pastores ou apóstolos, mas somente destacar
o nome Santo de Deus.
- É a Igreja
que faz da filosofia de João Batista a sua: “importa que eu diminua e Ele cresça”.
- É o nosso
grande propósito enquanto filhos de Deus:
i.
Viver de tal forma que o nome de Deus
seja glorificado:
Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
(Mateus 5:16)
(Mateus 5:16)
Desta
forma:
1. Ficará Nítida a Presença de Deus
Em Nosso Meio;
“Deus
interveio em favor ou Deus visitou seu povo”.
·
O povo testificou esta presença de Deus.
Reconheceu que Ele de fato estava ali.
·
As pessoas percebem este diferencial na
vida dos que andam com Deus.
·
2 Reis 5:3 “Há profeta em Israel”.
2. A Notícia Vai Se Espalhar;
·
Cada vez mais pessoas se achegarão.
Porque ouviram falar sobre este Deus cheio de compaixão que nos vê, que sofre
conosco e se aproxima barrando este processo de morte.
·
O Senhor acrescentava dia a dia os
salvos. (Atos 2:47)
Conclusão:
Cristo nos convida a caminhar como ele levando vida
aqueles que necessitam.
Seja um com o Senhor nesta caminhada.
Mas quem sabe você se vê hoje na caravana da viúva.
Está enfrentando um processo de morte na sua vida.
Sonhos, saúde, vida espiritual, casamento, família.
Seja o que for coloque diante do Deus da vida, pois
ele te vê, se compadece e pode barrar este processo de morte.
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