Por Levi Gabriel
Texto: Lucas 2:1-21
Introdução:
Natal é celebração do nascimento de Nosso Senhor, é celebrar pela esperança vinda dos céus. É festejar, pois o Amor se fez carne para nos trazer a salvação.
É a plenitude dos tempos anunciada com alegria pelos anjos de Deus. É o Kairós que intervém no Cronos e inicia nova era.
O texto de Lucas que nos fala desta boa notícia de esperança para os povos, nos apresenta-a em um contexto de opressão do domínio romano. Ela acontece em um tempo de circunstâncias desfavoráveis para o povo judeu e para as nações que estão debaixo deste Império.
É neste tempo que Deus vem em nosso auxílio, todavia vem na contramão das expectativas dos judeus e da lógica humana.
É exatamente por isso que ele surpreende e gera escândalos em muitos. É por isso que ele é reconhecido geralmente por pessoas simples: crianças, mulheres, pobres, enfermos o povo que estava aquém da vida social movida pela lógica do poder, da posição social, etc.
É assim desde o inicio do Evangelho, Deus separa o seu sacerdote e profeta e o envia para o deserto, longe do templo, visita uma virgem do povoado de Nazaré e confia a ela a responsabilidade de educar Jesus. E vai iniciando de maneira simples o maior projeto da História.
Ele não vem com cavalos e carruagens de fogo destruindo tudo, mas na simplicidade está agindo e cumprindo o seu propósito.
Nos momentos adversos muitas vezes somos tomados por esta lógica do poder, queremos ver um sinal que supra as nossas expectativas e quando isto não acontece nos frustramos pensando que Deus não está agindo, que a situação saiu do controle.
No entanto este texto nos mostra Deus em ação. Deus cumprindo seu propósito na História. E neste sentido vamos perceber três manifestações do ser e da ação de Deus:
Tema: “O Amor Se Fez Carne”
1. Deus Soberano; (Sua Posição)
a. Dos versos 1-5 Lucas fala de um momento histórico em que o maior imperador romano estava no poder, César Augusto.
i. Ele aumentou o reinado, estabeleceu a Pax Romana, decretou o recenseamento a fim de receber os impostos e ter um número maior de pessoas no serviço militar.
ii. Trouxe muita prosperidade, seu reinado foi marcado por muitas construções, sobre ele se afirma: ter encontrado uma Roma de tijolos e a deixada coberta de mármore.
b. No entanto mesmo possuindo tamanho poder se torna agente do cumprimento da Palavra de Deus. Porque antes do decreto de César havia o decreto Divino: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. (Miquéias 5:2)
c. Deus está no controle, Ele é Soberano sobre a História!
“E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos”.
(Daniel 2:21)
d. Isaías 40:9-31 nos revela um Deus acima de tudo e de todos.
i. Em um período de crise e desânimo, Deus apresenta sua credencial:
1. Deus se compara ao universo; (12,22,26)
2. Deus se compara as nações; (15, 17,23,25)
3. Deus se compara aos príncipes; (23, 24)
4. Deus se compara aos deuses; (18-22).
. Todos se tornam insignificantes comparados ao Deus Eterno.
Se Deus é tão grandioso porque será que tememos as adversidades?
Muitos têm questionado a onisciência de Deus e consequentemente sua onipotência hoje em dia.
f. Outros creem na existência e neste poder, mas não conseguem crer em um Deus Relacional. Caiem no deísmo.
Será que de vez em quando não caímos na desconfiança, onde cremos no poder de Deus, mas tememos sua vontade? Duvidamos do seu caráter.
O texto de Lucas nos ajuda a superar quaisquer temores quanto o caráter e vontade de Deus para nós:
2. Deus Encarnado; (Sua Expressão)
Versos 6-7
a. O Verbo se fez carne; (João 1:14-18).
Ele se deu a conhecer.
Em Jesus conhecemos:
1) O Caráter de Deus:
a) Verdade;
A palavra é Aletheia: Absoluto em qualquer assunto em consideração, universalmente aceito.
• Ela nos mostra um padrão. O padrão de Deus.
• A verdade mostra quem Deus é (Santo) e quem nós somos.
• No hebraico é Fidelidade, Santidade. É correto somente o que Ele diz ser correto.
• A verdade é o que Deus exige de nós, baseado no que a sua graça pode produzir em e através de nós.
b) Graça;
• Favor, bondade, benção.
• É a manifestação do Ágape.
• Em Jesus nós vamos ver este Deus bondoso.
o Empatia (in: para dentro – pathos: sentimento, emoção)
i. Que olha para a situação da humanidade e entra nela, que é incapaz de ser indiferente a dor humana.
ii. Mesmo com a rejeição lamenta: “Jerusalém quantas vezes quis reunir seus filhos, te acolher, mas você rejeitou”. (Lucas 13:34)
iii. “Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentas suas crias.”
(Isaías 40:11)
Estes dois são inseparáveis em Deus: verdade (fidelidade) sem a graça gera fariseus, impiedosos. Mas graça (amor) sem verdade gera gente indisciplinada, sem autenticidade.
Sendo Santo, Deus não compactua com o pecado, a Verdade promove o justo juízo a ser executado contra os pecadores. Mas sendo um Deus-Amor ele oferece sua Graça que nos possibilita viver sua verdade.
É por isso que Lucas passa agora a descrever outra expressão de Deus que tem relação com seu propósito:
3. Deus Salvador; (Seu Propósito)
Versos 8-11
A notícia é de grande alegria, Deus entrou na História e seu propósito é salvar o homem, é libertá-lo de sua condição.
“Pois o Filho do Homem não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo.” (João 3:17)
É a oportunidade que Deus concede ao homem pecador de escapar das consequências da rebelião, escapar do juízo sobre o pecado.
Esta salvação tem fases: (Fp 2:12) Ato e Processo.
Convencional: Justificação, Santificação e Glorificação.
1) Sair do inferno e permitir que o inferno saia de nós; (Colossenses 1:13,14 / 3:5-9)
2) Reaprendizado da humanidade;
(Rm 12:2) Mudar a forma de ver o mundo. Nova cosmovisão.
3) Tornar-se gente nova;
Ser conforme Cristo Jesus (1 João 2:6)
4) Alcançar a Plenitude;
Quando seremos salvos completamente da presença do pecado. Quando nossos corpos serão glorificados, incorruptíveis.
Justificação – liberta-nos da penalidade ou culpa do pecado.
Santificação – liberta-nos do poder do pecado.
Glorificação – liberta-nos da presença do pecado.
A Justificação é o ladrão na cruz.
A Santificação é Enoque andando com Deus.
A Glorificação é assentar-se á mesa com Abraão, Isaque e Jacó.
Conclusão:
A simplicidade ressaltada no inicio, que contraria a nossa lógica é descrita no sinal de reconhecimento do Messias: um bebê envolto em panos, numa manjedoura.
O Deus que não escolhe o Palácio, pois somente os poderosos teriam acesso, mas escolhe justamente a Manjedoura para que todos que desejem possam se aproximar sem acepção de pessoas. TODOS SÃO BEM VINDOS!
Portanto se Deus é Soberano detendo todo poder, se ele nos ama demonstrando empatia e interesse por nós a ponto de entregar sua vida para nos conceder a salvação, porque resistir a este amor? Porque duvidar no coração quanto a sua vontade?
O mundo pode ter te esmagado, pessoas podem ter sido indiferentes com você, te tratado sem o devido valor, mas Deus em todo tempo está estendendo seus braços dizendo: Eu Te Amo!
Assuma um compromisso com este Deus que te ama! A semelhança destes pastores que saíram com grande pressa ao encontro de Cristo.
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Todavia você que já é um convertido que esteja atravessando um período de crise, de circunstâncias adversas, quem sabe pensando que Deus não tem olhado para sua vida, ou esteja cheio de “porquês” em sua cabeça e tem perdido a alegria, a esperança.
Volte a olhar para Cristo, e deixa ele te renovar nesta noite. Pois não tem jeito de olhar pra ele com o coração aberto sem ter a alma inundado de louvor e adoração pela graça derramada.
"Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor" (Lucas 2:14)
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