Levi Gabriel
É impressionante como criamos uma cultura de gueto em relação
à música. Devido às experiências pecaminosas que os músicos tiveram no passado
(antes da conversão), desenvolveu-se uma cultura de escapismo e medo do mundo,
e ao invés de influenciarem a sociedade com sua arte passaram a produzir música
exclusivamente para o público cristão. Por razões como esta, que foi sendo
construído este tal “mercado gospel”, promotor de tanta discussão em relação ao
papel do músico. Isto porque muitos músicos por possuírem uma concepção
veterotestamentária (errônea por sinal) associam sua profissão de músico com a de um ministro da
Palavra, e devido a isto são questionados e criticados (corretamente) pelos altos
cachês cobrados para “pregar o evangelho”. Ao invés disso, deviam encarar sua
profissão como artistas, pois neste sentido, qual o problema do sujeito cobrar
pelo seu trabalho de músico? Percebe que é só uma questão de como o sujeito se define.
Ser artista não o impedirá de pregar a Palavra (assim como qualquer outro
trabalhador o faz), mas o se intitular como ministro do evangelho criará
barreiras em relação às exigências financeiras requeridas por este.
Para tornar mais complexa agora à situação, os tais estão
levando o mundo gospel para a sociedade. Estão apresentando para ela a “versão
gospel” do Evangelho.
No entanto, é importante ressaltar que isto não é culpa dos
músicos apenas, mas da mentalidade dicotomista da igreja, que ao invés de
preparar os músicos para retornarem ao mundo, (agora com novos valores, submetidos
ao Espirito Santo, com senso de missão que os impede de cair na vaidade,
prostituição, etc.) ela os alienou, fez com que estes tivessem mais medo de
cair no pecado, (por isso a vivencia destes dentro do arraial evangélico), do
que assumir os riscos por amor a Cristo e a causa do seu Reino.
Quando os músicos que se converterem a Cristo, continuarem
sua profissão onde estão, fazendo música boa, de qualidade, a sociedade sem
perceber será influenciada pelos valores e princípios do Reino de Deus:
justiça, paz e alegria no Espirito Santo (Rm 14.17).
O que vai influenciar a sociedade não são as coreografias
vazias gospels, (pois, coreografia a cultura brasileira está repleta), mas
integridade de vida, compromisso com o Cristo Ressurreto, luta por justiça a
fim de construirmos um mundo melhor e mais humano.
Enfim, sendo sal e luz onde somos chamados a ser.
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